Catarata é opacificação do cristalino, uma espécie de lente posicionada logo atrás do colorido dos nossos olhos(íris) e da abertura circular que existe no centro dele(pupila), que chamamos de ‘menina’ dos olhos. É através da pupila que as imagens externas penetram nos nossos olhos. Sem o cristalino elas entrariam de uma forma desordenada tornando difícil identificá-las com clareza.
Com a sua opacificação percebemos as imagens como se estivéssemos vendo através de um pára-brisas sujo, ou através da neblina em uma estrada de serra ou da bruma produzida por uma cachoeira, daí o nome ‘catarata‘. Da mesma forma, na neblina, a luz forte não nos ajuda a ver melhor, ao contrário, dificulta mais ainda a visão dos objetos. Isto é o que ocorre quando a luz forte de uma manhã de sol incide sobre os olhos com catarata. Para quem padece deste mal o período de maior conforto é durante o entardecer.
Não há colírios ou quaisquer medicamentos que retardem ou impeçam a progressão lenta e, por vezes, rápida do processo.
Não há urgência para a ‘troca’ do cristalino opaco por uma lente artificial que o substitua em algumas das suas funções. No entanto, quanto mais densa se tornar a catarata, mais trabalhosa e levemente mais arriscada tornar-se-á a cirurgia. No entanto é comum atendermos pacientes aterrorizados, pois foi-lhes dito que, caso não operem imediatamente, ficarão cegos – isto, simplesmente, não é verdade.
Muito comum é ouvirmos que pacientes foram operados a laser. Tais equipamentos são raríssimos no nosso meio e de praticidade duvidosa. São promissores, mas a sua utilização é trabalhosa e muito dispendiosa. Portanto, não leve muito a sério tais relatos. Seja qual for o método empregado na cirurgia o que interessa, de fato, é um bom resultado.
Por falar nisso, o tempo médio para uma cirugia bem executada e sem complicações raramente ultrapassa 15 minutos. Durante este tempo não há qualquer tipo de dor, o mesmo devendo ocorrer no período pós-operatório.
Não há a necessidade de pontos, repouso absoluto ou dietas. No dia seguinte o paciente pode retirar o curativo retomar as suas atividades normais, se necessário. Nem todos, nas primeiras horas ou dias, percebem uma visão totalmente clara, mas, gradualmente, após algum tempo, a visão se estabilizará .
Perguntas Frequentes:
1-Tenho que fazer repouso absoluto e dieta após a cirurgia?
Não. Não há qualquer limitação às suas atividades normais do dia a dia e a sua dieta costumeira.
Expor-se ao “calor do fogo”, realizar a higiene do corpo, inclusive “lavar a cabeça”, não interferirão em nada no resultado cirúrgico. As únicas observações que não podem ser desconsideradas são a rigorosa higiene com as mãos, o uso de lenços descartáveis utilizados uma única vez e a não utilização de qualquer outro medicamento que os não prescritos após a cirurgia. É importante evitar o banho de mar ou o uso de piscinas na primeira semana.
2- é obrigatório o implante de uma lente artificial que substitua a natural que foi removida?
Sim. Mesmo os que não precisariam delas, como alguns altos míopes, o implante da lente restituirá parcialmente a anatomia normal do olho, evitando complicações tardias.
2– o meu médico só faz implante de lentes importadas, mas o meu plano de saúde recusa-se a pagar, alegando existirem as de fabricação nacional. O que devo fazer?


Dizem os responsáveis pela liberação das cirurgias que elas são de qualidade e de características iguais. Da mesma forma que, de qualidade e características iguais deveriam ser os hospitais para o ‘povo’ e para os componentes da nossa classe dirigente, mas, estranhamente, quando se trata deles próprios ou dos seus parentes diretos, agem com os nossos dirigentes ao elegerem para si e para os seus, lentes de boa qualidade e hospitais particulares de alto padrão mas, n u n c a, o SUS.
Não é necessária a escolha da lente mais cara que se possa pagar. Existem no mercado lentes de altíssima qualidade e com custo acessível.
3-como posso ter a certeza de que a lente intraocular adquirida é uma lente de boa qualidade?


A sua única garantia é a de ter escolhido um profissional reconhecidamente competente e honesto. Informe-se muito bem sobre ele antes de se decidir. Informe-se sobre a sua formação, principalmente a Faculdade de Medicina onde se formou. Verifique se há relatos desabonadores contra ela (informe-aqui), informe-se onde fez Residência Médica, as instituições onde trabalha ou trabalhou e, principalmente, aquelas informações colhidas junto a sua comunidade. Assim que obtiver um consenso sobre as qualificações deste profissional provavelmente você obterá confiança e, certamente, sucesso na sua cirurgia.
4- após a cirurgia eu terei que usar óculos?
Apesar do nosso grande avanço no desenvolvimento de lentes intraoculares não foi, por enquanto, possível a criação de uma que substitua todas as funções existentes na nossa lente natural. Uma das mais importantes destas funções é a autofocalizacao de imagens. A maioria das máquinas fotográficas digitais têm esta característica. Não importa a distância do objeto visto, ele estará sempre em foco devido a mudança automática da sua distancia focal.
As lentes intraoculares não conseguem realizar esta proeza obrigando que se faça um ajuste final através de óculos, geralmente para perto. Para contornar este pequeno problema foram desenvolvidas as lentes intraoculares multifocais e, mais recentemente, as trifocais e as bifocais, todas com a promessa de abolir o uso dos óculos no pós-operatório. Infelizmente os resultados obtidos não são uniformes, causando, por vezes, grandes decepções aos usuários. São lentes muito caras e sem qualquer garantia de que cumprirão a função prometida. Enquanto não obtivermos uma uniformidade de resultados, não é aconselhável tal investimento em algo, ainda, pouco consistente.
5-Quando seria possível a realização da cirurgia no outro olho, caso seja necessária?
Uma semana ou mais é um prazo razoável.
6-É necessária a anestesia geral?
Não. A anestesia pode ser tópica(somente com colírios) ou loco-regional(anestesia local). Prefere-se a loco-regional, pois é muito mais confortável e segura.
7-Por que é aconselhável a cirurgia em um hospital com CTI? Não poderia ser realizada em uma clínica, com a mesma segurança?
Constantemente tomamos conhecimento de cirurgias simples, realizadas em pessoas relativamente jovens, mas que têm um desenlace catastrófico, inclusive com resultados fatais. Isto ocorre porque não podemos prever reações orgânicas que surgem de modo intempestivo durante o ato cirúrgico. Em se tratando de pessoas idosas, justamente o grupo mais atingido pela catarata, há o risco, mesmo que o paciente esteja em casa, de ocorrer algum tipo de emergência médica própria à idade. Caso isto ocorra em um hospital, com todo o tipo tipo de equipamento e recursos, como uma UTI por exemplo, o paciente receberá, de pronto, toda a assistência possível. Já numa clínica sem esses recursos…
8- Tenho que usar óculos escuros após a cirurgia?
NÃO.
OBS: Alguns oftalmologistas desonestos (desonestos existem em todas as profissões) recomendam óculos escuros, geralmente, indicando a ótica onde comprá-los, com o único objetivo de receber comissão da ótica, quando a ótica já não é dele próprio ou está em nome de “laranjas”.
IMPORTANTE: De modo irresponsável alguns oftalmologistas realizam cirurgias em clínicas sem qualquer possibilidade para manter a vida do paciente e o seu transporte seguro e imediato para uma UTI, pois nem mesmo de uma ambulância dispõem, trazendo um grande risco para estes, principalmente os idosos. Portanto, evite realizar a sua cirurgia em “cliniquetas” localizadas em prédios comerciais ou mesmo em clínicas de rua sem uma ambulância disponível.
obs: a cirurgia de catarata é segura, rápida e com raras complicações, a maioria delas contornáveis. O problema é que o olho a ser operado está ligado a um corpo, geralmente um pouco mais envelhecido e sujeito as vicissitudes próprias à idade. Por que arriscar???
A T E N Ç Ã O
NÃO SEJA UM PACIENTE PING-PONG
Alguns planos de saúde impõem um limite para exames solicitados pelo próprio médico. A fim de fugir a esta imposição descabida, alguns médicos desonestos encaminham pacientes para outros colegas ou outras clínicas, solicitando exames, geralmente desnecessários, para fugir desta ridícula e ineficaz atitude desses planos. Ao receberem os valores dos planos, compartilham entre si os ganhos, burlando a estúpida imposição dos mesmos. Os auditores passivamente engolem este engodo prejudicando aqueles que agem corretamente. Sendo assim, máxima atenção ao serem encaminhados para outro médico a fim de fazer exames. Você pode estar sendo usado de modo desonesto como moeda e não como pessoa.
*** Não compartilhamos ganhos com os médicos que nos encaminham pacientes, portanto, você pode ter absoluta certeza que não estará sendo usado como moeda de troca ***